No último ano, enquanto as empresas aumentaram sua preocupação com a saúde mental dos colaboradores, a diversidade, equidade e inclusão acabaram ficando para segundo plano, segundo o relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2022 feito pela Great Place to Work (GPTW). O que torna esse dado alarmante é o fato de que não é possível ignorar a interseccionalidade dos temas, e diante disso, as organizações precisam, urgentemente, tratar as iniciativas de forma conjunta, sem contemplar apenas um grupo minoritário por vez.
Fato é que o tema da saúde mental ganhou força após a chegada da pandemia do COVID-19, que transformou o mundo inteiro e, claro, o mundo dos negócios. E apesar de ainda se falar muito em D&I, é necessário ir além e transformar o discurso em medidas que sejam efetivas, concretas e mensuráveis. A transformação dos ambientes precisa ter um foco: as pessoas.
Como as empresas podem incluir D&I em suas estratégias? Para o especialista em ética, diversidade, equidade e inclusão, e CEO da Condurú Consultoria, Deives Rezende Filho. “Definir metas de diversidade e saber, exatamente, como executá-las é um desafio para todas as empresas. Esses números deixam claro que a questão da diversidade, equidade e inclusão ainda não estão totalmente no DNA das companhias, e isso acontece porque os grupos minorizados não estão nas lideranças. E não faltam candidatos competentes no mercado, o problema é que essas pessoas, muitas vezes, ficam invisíveis, mas basta procurar para encontrá-las, pois elas estão competentes e preparadas para assumir o topo da pirâmide. É necessário que as empresas estabeleçam metas de D&I, uma vez que sem essas iniciativas, talvez não consigamos chegar nessas altas posições”, esclarece.
Fundador da Condurú Consultoria e possui 40 anos de experiência no mercado financeiro e em outras empresas. Trabalhou em organizações nacionais e internacionais como Itaú, Unibanco, Instituto Ethos, Grupo Stratus, Citibank, Credit Suisse, Morgan Stanley, JPMorgan, Royal Bank of Canada e Banco Real. Graduado em Ciências Contábeis, possui MBA em Gestão Empresarial (FGV-SP) e extensão em Negociação e Sustentabilidade (FGV). É coach e mediador organizacional pelo Instituto EcoSocial, Professional Certified Coach (PCC), Mentor Coach (International Coach Federation), especialista em temas de Governança Ética, ex-presidente do Comitê de Ética ICF-Brasil e palestrante em Ética Empresarial, Conflitos no Ambiente de Trabalho, Protagonismo do Negro e Inclusão Racial. Escolhido pelo Forbes 2021 como uma das 10 pessoas com +50 que se reinventaram na carreira.
Criada em 2017, a Condurú é uma consultoria que auxilia na implementação de programas de governança, apoia a construção ou atualização de códigos de ética ou de conduta e promove palestras e workshops de diversidade e inciativas para tratar os temas.