Pais não podem se deixar dominar pelo medo da volta às aulas presenciais

por ALEXANDRE GARRETT

11 ago 2021

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil levou centenas de cidades a retomarem gradativamente as aulas presenciais. Mas, apesar de a UNICEF, UNESCO e OPAS lançarem um manifesto pedindo urgência nos esforços para a reabertura segura das escolas no País, muitos pais ainda têm dúvidas se devem ou não enviar os jovens às escolas. A saúde dos filhos é uma das maiores preocupações dos pais e, durante a pandemia, é natural que essa preocupação fique exacerbada. Sabemos que o momento é complicado, mas não podemos deixar o medo nos dominar.

Os pais têm que avaliar não só a situação da pandemia e da vacinação no município, mas também a saúde mental da criança ou adolescente. Retirar o jovem do convívio escolar e da convivência com os amigos há tanto tempo pode provocar um efeito devastador na saúde mental. E isso deve ser levado em consideração antes de optar ou não pelo retorno.

Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes e de suicídio, a terceira principal causa de morte entre o público. Um estudo da USP mostrou que, no Brasil, uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentou ansiedade e depressão durante a pandemia. É um dado preocupante e que merece atenção dos pais, escola e da sociedade.

Não há uma fórmula a ser seguida para orientar os pais, nem decisão certa ou errada. O que existe é uma decisão que faz mais sentido para a família naquele momento.

Quem ainda têm dúvidas deve buscar informações confiáveis sobre a situação da pandemia e da vacinação na cidade onde mora. Se os pais decidirem por enviar o filho à escola, é fundamental que conversem com a direção e visitem o local para se certificar de que todos os cuidados possíveis estão sendo tomados. Além disso, têm que conscientizar a criança e o adolescente sobre os cuidados como distanciamento, uso de máscaras e higienização das mãos.

Danos

Esse longo período de isolamento social deixou os jovens mais estressados e angustiados. Cada criança reage de uma forma, mas os sinais que indicam que algo pode estar errado são irritação, distúrbio no sono, apatia, tristeza e retração recorrentes. 

Outra consequência da pandemia é o prejuízo ao aprendizado até para quem fez aulas remotas. Toda essa situação pode ser superada com a participação direta dos pais e o trabalho em conjunto com a escola. Uma eventual defasagem no aprendizado pode ser recuperada. O papel dos responsáveis por uma criança ou adolescente é dar apoio, incentivo, motivação e ajudar os jovens no processo de aprendizado. Se antes da pandemia a participação dos pais na educação já era fundamental, depois dela passou a ser vital.

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Alexandre Garrett

Especialista em RH, Psicólogo, Ph.D. em Ciência da Informação pela Universidade de Paris e fundador do Portal do Garrett

ALEXANDRE GARRETT – Foto Divulgação

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