Por Equipe de Redatores GarrettRH – Publicado em 06 mar 2021
O profissional e empresa que não inovarem, não resistirão
Jorge Tavares de Almeida – Foto divulgação
Adaptabilidade é a palavra-mestra, tanto para profissionais quanto empresas, assegura o Diretor de Gente e Gestão do Grupo Protege. De acordo com Tavares, este é um conceito que há tempos vem sendo explorado, mas tornou-se uma necessidade ainda mais premente em tempos de pandemia. Para o executivo, que é um dos nomes mais reconhecidos no segmento de Recursos Humanos no país, a adaptabilidade torna-se, cada vez mais, uma competência para se sobressair. Em entrevista ao portal Alexandre Garrett RH, Jorge Tavares de Almeida aborda os muitos desafios que os profissionais do segmento têm diante de si na atualidade e pontua como se preparar para mais mudanças que ainda teremos pela frente.
Portal Alexandre Garrett RH – Diante da pandemia, o que as empresas e profissionais vêm repensando sobre as maneiras de responder às necessidades do mercado. Quais são as expectativas e os desafios?
Jorge Tavares de Almeida (JTA) – A expectativa inicial é a consolidação de uma ampla campanha de vacinação, que nos permitirá planejar as ações futuras com mais assertividade. Os desafios para o Grupo Protege, de certa forma, continuam os mesmos: oferecer serviços e soluções em segurança, que atendam e satisfaçam as necessidades dos nossos clientes. E um conceito já explorado, que se acentuou neste cenário da pandemia, é a necessidade da adaptabilidade. Tanto o profissional quanto a empresa precisam reunir esta competência para se sobressair. O profissional e empresa que não inovarem, não resistirão. Nossos colaboradores são a linha de frente do atendimento ao cliente, por isso, capacitá-los, treiná-los e inspirá-los é uma preocupação constante da nossa organização e investir nessas atividades é imprescindível para alcançar a excelência operacional que almejamos.
Quais os novos modelos de trabalho que estão sendo implementados pela sua organização?
JTA – Nós nos preocupamos em potencializar o ciclo de gestão de pessoas, em todos os setores da organização, de maneira a proporcionar uma melhor experiência aos colaboradores. O home office (ou anywhere office – trabalho de qualquer lugar), é o “novo” modelo que entendemos como de maior relevância. Importante citar “novo” entre aspas, pois o conceito, em si, é antigo. A pandemia acelerou este processo nas organizações e a visão é da permanência do modelo, uma vez que se observam muitos ganhos a partir dele, tanto para empresa (atração, retenção, redução de despesas etc.), quanto para os profissionais (qualidade de vida, flexibilidade).
Como o RH precisa se posicionar diante destas mudanças?
JTA – Com muito trabalho! O RH deve atuar como motor desta adaptação, promovendo ações para dar condições às pessoas de se adaptarem, com a consequente manutenção de desempenho da organização. É um papel muito estratégico na promoção da sinergia dos interesses, onde a visão é de que não haja mais o conceito de “lado” (o lado da empresa, o lado dos colaboradores), mas sim, de que “todos somos a empresa”.
Como fica o lado emocional dos colaboradores diante do novo desafio do isolamento social e o trabalho em home office?
JTA – Temos uma grande preocupação com o aspecto socioemocional de nossos colaboradores e, sabendo dos desafios enfrentados nesse período, criamos ações para dar suporte. O cenário de incertezas, o medo da doença e as diversas mudanças mexeram bastante com as emoções da população, e logo os desafios apareceram. Lançamos, por exemplo, o projeto Saúde pra Você, por meio do nosso programa de qualidade de vida, o Proativo, uma proposta que integra todas as áreas da empresa que falam da saúde do colaborador, de forma simultânea e com abordagem didática. Outra ação foi a ampliação das ações de reconhecimento aos profissionais que se destacaram no ano e por tempo de casa, que passam a receber uma homenagem a cada múltiplo de cinco anos na organização. São algumas medidas que visam aproximar o colaborador, ainda mais, da empresa.
O que o mercado espera dos profissionais neste momento tão particular?
JTA – Além da adaptabilidade já citada, creio que os temas “resiliência” e “controle” são um grande diferencial em momentos de crise. E, neste momento delicado de crise sanitária, é fundamental que os profissionais tenham um olhar empático com colegas e clientes.
Na sua opinião, quais são os novos desafios do início de carreira dos jovens profissionais? É a escolha da profissão, falta de experiência, desemprego em alta, estudar e trabalhar ao mesmo tempo ou não ter as expectativas atendidas?
JTA – Estudos apontam que os jovens são os mais atingidos pela questão do desemprego, já que vivem o dilema em não ter experiência, justamente porque vão ingressar no mercado de trabalho. Com tantas mudanças, novas competências foram aparecendo como diferenciais, e um dos desafios dos jovens é reunir essas habilidades tão buscadas nas organizações. Há várias, mas dentre elas, podemos citar a inovação, o pensamento crítico, a visão sistêmica, o aprendizado contínuo e a já citada adaptabilidade.
Capacitação de colaboradores continua na pauta ou está ainda mais difícil manter a equipe atualizada?
JTA – Deve estar sempre em pauta! Capacitação constante é fundamental para qualquer profissional, do ingressante aos que ocupam cargos de gestão. Temos investido muito em nossa plataforma digital da Universidade Corporativa, criada há quatro anos, para ampliar as iniciativas educacionais de Ensino à Distância (EAD). São mais de 200 cursos online e gratuitos, que foram estendidos também aos familiares dos nossos colaboradores. Lançamos ainda, em 2020 um programa de bolsas de estudo integral para cursos de graduação, com abrangência nacional. Nosso maior patrimônio são as pessoas.
Educação contínua faz sentido mesmo em tempos de pandemia?
JTA – Com certeza. Educar é um dos melhores investimentos que uma organização pode realizar. Além de potencializar as competências profissionais e pessoais, a educação tem um efeito motivador e é uma importante ferramenta de retenção. Em tempos de pandemia, a educação à distância – em específico – tornou-se uma importante ferramenta também no apoio à saúde emocional, pois utilizando corretamente, proporciona aos colaboradores uma oportunidade de aprimorar-se prazerosamente, mesmo com o distanciamento social.
Formado em Administração de Empresas e Direito, com pós-graduação em Recursos Humanos pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Iniciou a carreira na área de Recursos Humanos, há 43 anos, em uma das empresas do Grupo Suzano, onde permaneceu por cinco anos em posição de liderança do Setor Operacional do RH.
Migrou para a multinacional Stanley Home e, por oito anos, comandou a área de Administração de Pessoal, oportunidade em que adquiriu experiência importante que resultou no convite para fazer parte do time do Grupo Protege, em que permanece há 30 anos.
No Grupo Protege, está à frente da Diretoria de Gente e Gestão, conduzindo projetos que visam, principalmente, a valorização das pessoas. Tavares foi eleito para o biênio 2020/2022 diretor-presidente do conselho diretor do SETVESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Valores do Estado de São Paulo.