Em tempos de pandemia, a saúde mental dos colaboradores virou pauta urgente. Após completar o primeiro ano de uma das maiores crises sanitárias de todos os tempos, e que ainda não tem previsão para acabar, vimos aumentar a procura por soluções para suprir não só o cuidado com a saúde física, mas, principalmente, com a mental e a emocional.
A American Psychological Association – APA divulgou, em março passado, um relatório com as principais tendências emergentes na área de Psicologia para 2021. Entre as dez principais tendências, o tópico “Os líderes estão aumentando o apoio à saúde mental” revela que as grandes empresas estão aumentando a oferta de recursos de saúde mental à medida que reconhecem a pressão que a pandemia está exercendo sobre seus colaboradores. Entre os dados apresentados, o estudo aponta que 2/3 dos trabalhadores relatam que problemas de saúde mental prejudicaram seu desempenho profissional durante a pandemia da Covid-19.
Para Adriana Matias, Head de Recursos Humanos da Runtalent, este estudo mostra uma reflexão sobre o quanto ainda é desafiador falar sobre saúde mental, especialmente durante o período de distanciamento social. Matias acredita que é preciso propor ações de conscientização, como palestras ou treinamentos com foco em saúde mental. “Essas iniciativas são importantes para abrir o diálogo e começar essa jornada de cuidado integral, porém, o engajamento, tanto dos gestores quanto dos funcionários são essenciais para que as medidas sejam implementadas”, afirma.
De maneira distintas às doenças físicas, que podem ser diagnosticadas com mais facilidade, a maioria das enfermidades psicológicas é difícil de identificar. Um exemplo disso é o caso da Mariana Domingues, analista de Recursos Humanos da Runtalent. Há quatro anos, a colaboradora foi diagnosticada com transtorno bipolar afetivo e em 2020 se viu diante de uma situação de perda que desencadeou um estado depressivo e precisou ser internada. “As doenças mentais são por diversas vezes mal interpretadas justamente pelo fato de não poderem ser percebidas fisicamente por outras pessoas. Infelizmente, é muito comum não encarar os transtornos mentais como doenças ocasionadas por uma série de fatores químicos e hormonais”, pondera ela.
Domingues explica que recebeu muitos incentivos da empresa onde trabalha, a head de RH ofereceu todo o apoio necessário e a incentivou a priorizar o tratamento. “Assim que a medicação foi ajustada, consegui alcançar o equilíbrio mental e retomar minha vida profissional de forma lenta e gradual”, diz a colaboradora.
Responsável pelo gerenciamento de um time com 400 pessoas, a Head de Recursos Humanos da Runtalent explica que o suporte realizado com a colaboradora reforça o olhar cuidadoso que a empresa possui com todos da equipe. “Além de oferecer um ambiente de constante aprendizado e treinamento, também valorizamos e cuidamos dos nossos colaboradores, pois sabemos que o sucesso de um projeto depende do bem-estar de todos os profissionais e que eles se sintam felizes em trabalhar conosco”, relata.