15 mar 2021
A pandemia no Brasil chegou a uma situação fora do controle. Após um ano de tentativas de conter o vírus, Estados e Municípios vivem uma verdadeira guerra para se fazer entender pela população. Ninguém gosta do isolamento social e do distanciamento em relação a seus amigos e entes queridos. Mas a negação do problema de saúde pública pode ser ainda mais aterrorizante. A contagem dos mortos não para e as sequelas nos milhares dos acometidos pela doença acabam complicando o quadro de angústia e desespero social.
A falta de uma liderança única no trato do problema, especialmente, o discurso de negação do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, e a pouca liderança do ministro Pazuello e de sua equipe no Ministério da Saúde vão causar muito mais prejuízos às famílias brasileiras.
A covardia institucionalizada com o apoio da Anvisa, órgão que deveria acelerar o processo e autorizações das vacinas no país, mostra que o caminho será ainda mais árduo. A economia vai continuar paralisada e a desconfiança com as diretrizes do ministro da Economia, Paulo Guedes, para enfrentar a crise, limitam ainda mais os estragos na poupança nacional e na geração de empregos.
Os países europeus e mesmo os Estados Unidos estão também sofrendo com a Covid, mas a população se sente apoiada e protegida. Enquanto no Brasil da falta de UTIs no sistema hospitalar público e privado e da população que assiste atônica ao descaso com a vida das pessoas, ninguém se sente confortável.
A classe médica está exaurida, pois o período da crise sanitária está fazendo um ano. Boa parte da população, que está aceitando a negação da gravidade do problema, só aumenta a crise e o número de mortes.
Temos que saber que negar a realidade pode até trazer um pequeno conforto. Mas a verdade nua e crua é que todos temos que ajudar no combate a este vírus, que vai deixar profundas marcas nos pais que perdem filhos, nos filhos que perdem pais e avós e em mães que perdem seus filhos e filhas.
É hora de resistir e lutar bravamente para que os danos sejam menores e que a responsabilidade coletiva ganhe da falta de sensibilidade dos políticos de plantão. Nada dura para sempre. É melhor esperar um horizonte de sorrisos nos rostos do que lágrimas e de dor no coração.
Quiçá a classe política acorde e o Brasil sobreviva a mais um temporal de destemperos dos seus governantes. Que Deus salve o Brasil.
Alexandre Garrett
Especialista em RH, Psicólogo, Ph.D. em Ciência da Informação pela Universidade de Paris e fundador do Portal do Garrett
ALEXANDRE GARRETT – Foto Divulgação