Paulo Gustavo – Foto: Divulgação

Humor na vida e no trabalho

por ALEXANDRE GARRETT

07 mai 2021

A morte precoce do ator Paulo Gustavo, em decorrência da Covid, trouxe mais uma estatística ruim para os brasileiros. Além dos mais de quatrocentos mil mortos, começamos a perder pessoas jovens, talentosas e que são reconhecidas pelo público em geral.

Ele fazia televisão, cinema e teatro e se popularizou pela caricatura de uma mãe possessiva, carinhosa e surtada. Praticamente representando todas as mães deste mundo.  E no centro de sua reflexão estava o filho que se permitia tudo e que não queria crescer. O humor trazido por Paulo Gustavo encontrava eco na vida de muitas pessoas. Era terapêutico ver seu trabalho debochado e anarquista sobre os valores da nossa sociedade e o quão duro é ser diferente e desejar ser aceito num mundo que se diz moderno, mas está ainda na pré-história quando se pensa em diversidade.

 O senso de humor tem mil e uma utilidades em uma nossas vidas: reduz o estresse, auxilia na resolução de problemas, aprimora a comunicação entre as pessoas e, principalmente, nos motiva a enfrentar as dificuldades da vida com mais leveza.

Ele nos aproxima e nos permite ter uma sensação de felicidade.

A falta de bom humor é vista como uma deficiência para qualquer comunicador que queira influenciar positivamente seu público. Se você quer melhorar o seu humor, precisa aprender a sorrir cotidianamente. Temos que investir na produção de dois hormônios: a serotonina e a endorfina.

O riso produz endorfina que é o hormônio que nos ajuda a manter nosso alto astral. Com o Paulo Gustavo, tínhamos a garantia do riso fácil e de brincadeiras hilárias. Seu jeito espontâneo de criar personagens e de viver situações com bom humor era uma ferramenta que o tornou um humorista de primeira linha no quadro de tantos e bons humoristas que temos no Brasil. Aliás, o brasileiro tem o riso fácil e sabe suportar situações difíceis com bom humor. Provavelmente, esta característica acaba nos atrapalhando até mesmo na hora do enfrentamento de uma pandemia como esta que ceifa familiares, amigos e colegas de trabalho. Já nos basta ter um presidente negacionista e ministros incapazes de enxergar o tamanho da dor das milhares de perdas.

É por isso que lamentamos tanto a perda da figura sorridente, brincalhona e espalhafatosa em seus papéis, que foi o Paulo Gustavo. Vamos continuar sorrindo e lembrando sempre a lição que ele nos deixou: sorria sempre mesmo que pareça ser muito difícil diante da falta de comprometimento daqueles que nos governam. Tudo passa e eles também vão passar e vamos rir muito mais quando eles partirem. O riso transforma e renova.

Alexandre Garrett

Especialista em RH, Psicólogo, Ph.D. em Ciência da Informação pela Universidade de Paris e fundador do Portal do Garrett

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ALEXANDRE GARRETT – Foto Divulgação

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