Coronofobia: a nova doença surgida na quarentena

por ALEXANDRE GARRETT

17 jun 2021

Medo e ansiedade talvez tenham sido as palavras mais usadas no mundo desde o ano passado, quando a pandemia mudou a forma como todos vivemos, trabalhamos e nos relacionamos em sociedade. A procura por serviços de terapia on-line, cresceu vertiginosamente, reflexo do aumento de transtornos de ansiedade, estresse e depressão. Um estudo da National Library of Medicine analisou 500 casos de ansiedade e depressão e revelou que todos estavam ligados à pandemia.

Diante de uma realidade catastrófica, o medo se exacerba. O risco presente de adoecer ou perder o emprego nos faz não enxergar boas perspectivas no futuro. É como se a vida estivesse suspensa por um tempo indeterminado, impedindo que a gente sonhe e planeje um futuro melhor. O medo, luto e pânico coletivos levaram os especialistas em saúde mental a criarem um novo termo, a coronofobia.

Essa constante sensação de perigo deixa muita gente apavorada e isso traz inúmeros transtornos, como aumento dos níveis de estresse e ansiedade. Para vencer isso, precisamos tentar lidar com a realidade de uma forma serena para enfrentar os medos e continuar a viver e a trabalhar.

Uma dica importante é resgatar o prazer da vida. Isso não implica se arriscar em viagens ou saídas com os amigos. É possível fazer isso lendo um bom livro, que tem um efeito terapêutico, assistindo a filmes e séries, ouvindo músicas que tragam boas lembranças e conversando com os amigos e famílias por meio das tecnologias.

Outra coisa importante é nomear as emoções e falar sobre elas. Estamos todos vivendo no limite, compartilhamos medos parecidos. E quando sabemos que não somos os únicos, há uma certa sensação de conforto. Por isso, a terapia é uma ferramenta essencial para esse período.

Nos momentos em que a ansiedade fica exacerbada, o primeiro passo é respirar fundo, por várias vezes, até sentir a situação estar controlada. As emoções se fixam no nosso corpo. Respirar devolve o equilíbrio e ajuda a olhar para frente com mais clareza.

Outra dica importante é fazer pausas para contemplar o horizonte ou a natureza. Ficamos com o olhar fixado nos computadores a maior parte do dia. Ao pararmos para olhar o horizonte, vem o descanso, isso acalma e ajuda a mudar o foco.

Criar metas curtas, fáceis de serem atingidas são uma boa forma de motivação. Não podemos gerar um nível de estresse que nosso corpo não pode aguentar. Para isso, é fundamental encontrar novos confortos. Isso pode vir na meditação, nos livros, na realização de atividades físicas ou encontrar hobbies agradáveis.

Para enfrentar a insônia, outro mal que essa situação de ansiedade e medo provoca, o psicólogo diz que é preciso desconectar das telas por um período antes de ir para a cama. O corpo precisa desligar para ter uma boa noite de sono. Esse descanso é imprescindível para melhorar a nossa saúde mental e emocional.

Por último, uma dica fundamental é manter uma alimentação saudável. Isso serve para evitar que o corpo comece a incorporar esse sofrimento, seja pelo emagrecimento ou pela obesidade, fatores que atrapalham o equilíbrio e o bem-estar das pessoas na vida moderna.

Alexandre Garrett

Especialista em RH, Psicólogo, Ph.D. em Ciência da Informação pela Universidade de Paris e fundador do Portal do Garrett

ALEXANDRE GARRETT – Foto Divulgação

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