Compaixão aos mortos por ignorância

por ALEXANDRE GARRETT

03 abr 2021

Estamos assistindo diariamente ao aumento no número das vítimas da Covid-19 no Brasil e no mundo. Infelizmente, o discurso contraditório de várias autoridades, inclusive do presidente da República, Jair Bolsonaro, dificulta a compreensão da gravidade da doença. A comunicação tem que ser objetiva e clara quanto ao uso de máscaras, do álcool gel, da higiene pessoal e das mãos e, sobretudo, do isolamento social e distanciamento entre as pessoas. Evidentemente, é muito difícil entre os seres humanos se exigir tal coisa. Nós nos habituamos ao abraço, ao carinho, à proximidade uns com os outros. O tocar o outro é quase uma necessidade que nós, latinos, temos como mensagem de amizade, amor e carinho. Mas, o vírus nos obriga, neste momento, a um distanciamento de filhos, netos, parentes mais próximos e amigos. Os que não respeitam esta condição acabam por colocar em risco seu vizinho, seus colegas de trabalho e, até mesmo, sua própria família. A Covid não está restrita aos mais velhos e tem afetado crianças, jovens adolescentes e adultos de todas faixas etárias.

Temos então que nos conscientizar de que mesmo com a vacinação em massa será necessário ainda a manutenção de um distanciamento social e de precauções como nunca tivemos no passado recente. Então, mesmo tendo compaixão daqueles que não podem receber nosso abraço e que estão ansiosos e deprimidos por esta situação devemos fazê-los entender que o sacrifício vai valer a pena e que, logo, poderemos tomar nossa rotina de convívio social, sem tantas barreiras.

Muitos dos estão morrendo não conseguiram entender a mensagem do risco e da emergência. Alguns tiveram que lutar pela sua sobrevivência e de seus familiares. Por isso, cabe-nos entendê-los e esperar que encontrem alguma paz. Mas não podemos continuar perdendo vidas pela simples ignorância. Negar a doença neste momento é praticamente um suicídio coletivo, pois não é apenas você que está em risco, mas todos que estão próximos de sua pessoa. Então vamos entender os pedidos das autoridades sanitárias de evitar aglomeração, sair somente pra o que for necessário e esperar por dias melhores. Morrer por ignorância numa sociedade em que a comunicação já evoluiu, e a ciência também, não faz sentido algum. Vamos ter paciência e esperança que tudo isso vai passar.

Alexandre Garrett

Especialista em RH, Psicólogo, Ph.D. em Ciência da Informação pela Universidade de Paris e fundador do Portal do Garrett

ALEXANDRE GARRETT – Foto Divulgação

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