Investindo no mais valioso pilar de uma instituição
Todos sabemos que as empresas e organizações são compostas por um tripé: pessoas, processos e tecnologia. Novos conceitos de gestão e administração tem demonstrado, como nunca antes, que os investimentos em capital humano são os mais rentáveis. Podemos citar, por exemplo, o conceito de partnership, que valoriza o capital humano com base na meritocracia e permite a qualquer funcionário ou colaborador, fazer parte do quadro societário da organização. Muitas das empresas que têm o conceito de partnership, por vezes, convidam colaboradores para se tornarem sócios, não lhes imputando o pagamento das quotas que serão adquiridas, justamente por compreenderem que o acesso deste novo sócio – ou postulante a sócio – gera maior valor à instituição.
Em contraponto, pesquisa recente da consultoria Michael Page aponta que 91% das demissões são motivadas por questões comportamentais, ou seja, por falta das chamadas soft skills. Há alguns anos, e para ser mais preciso, desde 2008, eu defendo que a contratação de profissionais, especialmente para cargos executivos, deveria considerar menos o conteúdo pungente de formação em universidades de referência e, consequentemente, o conteúdo técnico, as hard skills. Muitos anos se passaram, e para minha grata surpresa, essa premissa nas contratações está mudando: cada vez mais empresas, especialmente na área de Tecnologia, têm considerado que os profissionais mais habilitados não são aqueles com maior carga de conhecimento técnico, senão aqueles que têm as soft skills desenvolvidas.
Mas falar sobre soft skills, apesar de considerarmos que o termo já é suficientemente conhecido, deve nos remeter novamente ao conceito, ou seja, o que são as soft skills?
Soft Skills ou habilidades comportamentais são um conjunto de habilidades que todo ser humano – e aqui eu extrapolo a condição de ”profissional” – deve desenvolver ao longo da vida. O equilíbrio emocional, a empatia, a liderança, o trabalho em equipe são habilidades comportamentais, para citar alguns exemplos.
Quando as contratações passaram a focar quase que exclusivamente as hard skills dispostas em currículos impecáveis, forrados de citações à universidades de primeira linha, as soft skills foram deixadas de lado. Esse mesmo movimento fez com que as universidades valorizassem cada vez mais, em um ciclo vicioso, as hard skills. Não é distante lembrar que nos assentos dos cursos de Direito, para citar apenas um, os alunos aprendiam inclusive a como se vestir, a tratar com uma autoridade ou mesmo a usar o riquíssimo jargão jurídico para compor documentos e o próprio discurso. Não era essa uma habilidade necessária para o bom advogado, o juiz de Direito e também o promotor?
Felizmente, essa retomada na valorização das habilidades comportamentais tem sido percebida dentro dos processos de contratação e no investimento cada vez maior que as instituições têm feito. Ferramentas, como a WalkSkills (www.walkskills.com), têm contribuído também para o resgate dessas habilidades junto aos profissionais atuantes no mercado. Talvez o primeiro passo de todo profissional – e por que não tornar a expandir a amplitude da necessidade das soft skills?- e ser humano, seja avaliar o seu nível de maturidade nessas habilidades comportamentais. Isso é possível por meio do uso de ferramentas como a própria WalkSkills, que tem um questionário inicial que indicará a necessidade de desenvolvimento ou mesmo a maturidade do indivíduo nos temas propostos.
Diante do isolamento social, todos fomos desafiados com um novo “normal” e nos vimos às voltas com desafios jamais imaginados, mesmo dentro de nossas casas. Nervos à flor da pele, insegurança, medo, conflitos foram potencializados e não são raras as narrativas de problemas psicológicos abatendo boa parte da população. Não posso afirmar que tais problemas são resultantes da ausência das soft skills, mas estou seguro em afirmar que tais fatores foram potencializados pela ausência destas.
Assim, diante do cenário atual, próximos de retomar nossas vidas em um “novo normal” é fundamental considerar a urgência e a oportunidade abertas diante de nós. O desenvolvimento de profissionais mais humanos, mas éticos, com valores e princípios mais robustos resultará em uma sociedade melhor e um crescimento sustentável. E por que não imaginar um mundo melhor?