O desafio do líder sem autoridade

O mundo pós-contemporâneo trouxe um modelo de funcionamento das organizações jamais vivido ou experimentado pelos líderes. Como executiva e professora nos cursos de pós-graduação, costumo dizer que temos uma “era” antes da internet e outra  pós-internet.

Antes as organizações eram verticalizadas com estruturas piramidais, cópias dos modelos do exército ou das organizações religiosas nas quais o poder era atribuído a poucos. Estes líderes detinham autoridade para mandar e decidir independentes da opinião de outros, contexto este em que valiam os velhos ditados “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ou mesmo “cada macaco no seu galho”.

Hoje as estruturas são matriciais ou em rede. O poder está compartilhado entre vários profissionais, não raro espalhados pelo mundo e a autoridade depende do conhecimento em determinado assunto, em que profissionais são reconhecidos como “experts” e necessitam ser consultados para que, na tomada de decisão, seja possível contemplar várias visões de um mesmo assunto. Nessa nova ordem, liderar depende de consultar, influenciar, conquistar.  Na atualidade, os líderes precisam se apropriar de competências novas como: gestão de complexidade, gestão de relacionamentos, humildade para aprender, habilidade de influenciar, gestão de diversidade, gestão de equipes etc.

Face às estruturas complexas e mutáveis da era pós-contemporânea, o grande desafio do líder é liderar sem autoridade. Rosa Krauss*, em seu livro O Poder das Organizações, aborda a força do “poder informal”, Creio que é uma forma de “poder” que merece ser estudado e desenvolvido por todo e qualquer líder. Os profissionais, que têm a habilidade de fazer uso de seu poder informal, conseguem influenciar grupos, receber colaboração, ser admirados e seguidos.

Atualmente nos processos de seleção para os cargos de liderança, uma das competências mais valorizadas tem sido a habilidade de influência, em todos os níveis e culturas, e de gestão sem autoridade formal. Para aqueles que almejam sucesso enquanto líderes, sugiro investir na habilidade de gestão de pessoas por influência.

*KRAUSS, Rosa R. O Poder nas Organizações. São Paulo: Nobel, 1988.

Sara Isabel Behmer

BLUE Treinamento e Desenvolvimento - BLUE T&D

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