Dia desses, ouvi um executivo de uma grande empresa dizer que Diversidade é moda e que logo irão parar de falar sobre o tema. Isso deveria me chocar, mas para quem vive o tema desde 1998 e traz a importância de falar sobre direitos humanos, cidadania, respeito, igualdade e equidade sabe que é exatamente por isso que estamos nesta jornada e temos a certeza de que ela está longe de acabar.
Algumas pessoas ainda não perceberam, não entenderam, não querem ou mesmo por preconceito e medo de abrir a sua bolha. Seguem dizendo que, ser o país que mais mata LGBTI+ no mundo ou que é o 5º país mais violento contra as mulheres ou o país que segundo pesquisa da ONU levará mais de 95 anos para equiparar a remuneração entre mulheres e homens ou que falar sobre cotas raciais, não faz sentido mesmo trazendo nosso modelo escravocrata até hoje. Ou dizer que as Pessoas com Deficiência devem ser olhadas como cotas e não como profissionais competentes, que são.
O que me chama atenção é que buscamos ser a melhor empresa, ter o melhor resultado, ter o time mais engajado, trabalhar felicidade, falar sobre saúde mental, mas falar sobre respeitar as diferenças e a individualidade de cada um ainda é um paradoxo para muitos ambientes.
Lembrei de uma fábula que trata as possibilidades e os perigos de ser “diferente” num mundo que valoriza o conforto, a segurança e o conformismo nas organizações. Eles querem o pavão porque precisam de mais criatividade e pensar com uma visão mais aberta, porém quando chega na terra dos pinguins exigem que ele, o pavão, vista-se com a roupa dos pinguins tornando-se infeliz, mecânico e desconfortável.
Respeitar as diferenças, não é moda e não é passageiro. É necessário. É urgente. É sobre cidadania e direitos humanos.
Promover um ambiente de confiança, vulnerável e onde os conflitos sejam tratados como uma grande oportunidade para que as pessoas tenham seus pontos de vista ouvidos só será possível se estas ações forem genuínas. A mesma consciência que gerou um problema pode não ser a que vai solucionar, porém pessoas diferentes que tragam suas experiências vivências, culturas e crenças amplia a visão e juntos acabam sendo mais criativas. Pensar diferente e ser diferente não deve ser visto como ameaça, mas sim como oportunidade de criarmos ambiente mais criativos, engajados e felizes e quem sabe contribuir para uma vida mais saudável.