Quando me perguntam quais atributos busco durante o recrutamento de um profissional para a área de Tecnologia de Informação (TI) possivelmente surpreendo as pessoas com minha resposta. 

Apesar do déficit na mão de obra do setor, que gera cerca de 70 mil novas vagas por ano, são capacitadas no Brasil 46 mil pessoas na área no mesmo período segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Os profissionais mais procurados não são os que possuem maior conhecimento técnico, mas sim aqueles que possuem outras habilidades, as soft skills, também chamadas de habilidades interpessoais, mais difíceis de serem adquiridas em cursos.

Além de desempenhar o papel técnico, o profissional de TI, como em qualquer área de atuação, precisa saber lidar com colegas e clientes de modo a evitar conflitos, resolver divergências e eliminar ruídos. Aqueles que desejam crescer também precisam aprender a liderar, inspirar e motivar funcionários, delegar tarefas e saber como cobrar desempenho das equipes.

O dinamismo da área também gera a necessidade de ter flexibilidade para se adaptar às mudanças. É preciso, como em toda carreira, ser resiliente – cobranças estão presentes em todas as profissões – ter ética no trabalho, ser proativo e ter pensamento crítico para buscar novas soluções e resolver problemas que atrapalham a obtenção de resultados. 

Nos processos seletivos, independente da área, seja para a análise de sistemas ou desenvolvimento de softwares, e do nível do cargo, seja para estagiários, juniores, plenos, seniores e especialistas, os candidatos com essas habilidades interpessoais se diferenciam no mercado. 

Essas pessoas são as mais difíceis de serem encontradas e as que têm mais sucesso nos processos seletivos, principalmente nos recrutamentos das empresas que buscam profissionais com potencial de no futuro serem líderes de equipes. Lembre-se: é muito mais fácil ensinar conhecimento técnico a uma pessoa resiliente e flexível do que tornar um grande técnico uma pessoa resiliente.