Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Home office – como ficará depois da pandemia já é assunto decidido?

Depois de mais de um ano de pandemia, o Home office, para muitos, passou a ser considerado a oitava maravilha do mundo. Cresceu a tendência dos empresários e diretores de RH afirmarem que o home office veio para ficar e que seria melhor abandonar os escritórios, mandando todos os empregados trabalhar em casa.

Em um primeiro momento foi o que ocorreu, pois não havia outra saída, mas está longe do trabalho em home office transformar-se na única opção.

Quando as empresas descobriram que a pandemia não era uma crise passageira, mas algo duradouro, e de consequências gravíssimas, não tiveram outro jeito senão despachar todos trabalhadores dos setores técnicos e administrativos para trabalhar em casa.

Do dia para noite, gente que nunca tinha ouvido falar em home office descobriu-se em casa, aprendendo na marra a lidar com a novidade. Em paralelo, as empresas também tiveram de aprender rápido. Primeiro, descobriram que nem todos os empregados dispunham de equipamentos, internet e espaço em casa para trabalhar de forma remota. Em seguida, constataram que teriam de providenciar o que faltava e convencer os trabalhadores que tinham de se virar no espaço que tivessem.

Como em todas as situações houve várias abordagens. Algumas empresas que fizeram de tudo e um pouco mais para facilitar a vida dos trabalhadores, providenciando equipamentos e móveis, instalando um sistema de comunicação próprio e até fazendo o pagamento de uma ajuda de custo. Outras chegaram ao requinte de promover de tempos em tempos um HAPPY HOUR pelo Zoom. Outras, só fizeram o absolutamente necessário.

Conversei com uma empresária de Florianópolis que está no primeiro grupo e ela me disse que, apesar de tudo que fez, ela teve vários casos de empregados que não se adaptaram ao trabalho remoto o que a levou a reabrir o escritório. A questão foi de natureza psicológica e social. Estes fatos são recorrentes em muitas empresas, atingindo um grupo elevado de trabalhadores, pois, a maioria das empresas não abrirá os escritórios enquanto a pandemia durar.

As pessoas que estão em home office, podem ser divididas em três grupos bem distintos.

O primeiro é integrado pelos executivos dos níveis mais altos que mudaram temporariamente para suas fazendas, casas de campo ou de praia onde gozam de todo conforto. Houve alguns que chegaram a se hospedar em hotéis ou alugar casas em cidade praianas.

O segundo grupo é composto pelos empregados administrativos ou técnicos de nível mais alto que moram em casas ou apartamentos mais amplos que reúnem boas condições para trabalhar remotamente com conforto e privacidade.

O último grupo é o dos empregados administrativos e técnicos de nível mais baixo na hierarquia. Eles não dispõem de casas e apartamento com estrutura e tamanho apropriado para realizar o trabalho nestas condições. Não existe conforto nem privacidade.

Muitas empresas se precipitaram e já decidiram que, mesmo depois da pandemia, não haverá mais trabalho presencial durante toda a semana. Virou moda dizer que o caminho é um sistema hibrido: parte em casa, parte no escritório.

Um detalhe importante: ninguém pensou em perguntar aos trabalhadores o que eles desejam. A maioria das pesquisas citadas pelos analistas dos jornais foram realizadas no exterior onde a relação com trabalho remoto já está consolidada. A única pesquisa que consultou cerca de 1.000 trabalhadores brasileiros foi feita pelo Zoom. Ela aponta que 23% dos trabalhadores querem trabalho presencial e somente 7% querem trabalho virtual. Os outros 70% falam em equilibrar os dois. Resta saber em que proporção.

Não houve, nos resultados da pesquisa, a identificação das pessoas por grupos hierárquicos. Se as empresas querem saber o que pensam os empregados a respeito devem fazer uma pesquisa que identifique as posições de cada um dos três grupos. Seria oportuno que se identificasse, como fez a empresária de Florianópolis o que agrada e o que incomoda os trabalhadores.

A decisão de cada empresa deve ser precedida de muita conversa com trabalhadores e sindicatos para garantir a sustentabilidade do modelo a ser escolhido. Lembrando que trabalhador respeitado é mais produtivo e comprometido com os resultados da empresa.

José Emídio Teixeira

Professor de Relações de trabalho da Fundação Dom Cabral e diretor da Dialogar – Consultoria de Relações de Trabalho

José Emídio Teixeira – Foto divulgação

Compartilhe!