Empatia e blá blá blá…!

A empatia é diferente de ser simpático. É um sentimento que surge quando a pessoa se coloca no lugar do outro gerando um sentimento de respeito e entendimento pelo sentimento da outra pessoa.

Podemos também definir como a capacidade psicológica de sentir o que a outra pessoa sentiria, caso estivesse na mesma situação. É tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar o que sente outro indivíduo.

Para gerarmos empatia torna-se necessário deixarmos o egocentrismo, o que, fatalmente, não é tarefa fácil. Afinal, aprendemos sobre o “eu” na infância, com o processo de individuação e, assim, aprendemos sobre o “meu”. Quando temos este aprendizado passamos também a ter a noção do processo da perda daquilo que nos pertence, o que dispara o mecanismo de ameaça da perda, com a consequente resposta automática e imediata do nosso ego.

Há anos trabalhando com o desenvolvimento da Inteligência Emocional, seja no campo pessoal, como também incentivando meus clientes de mentoria e coaching, noto que esta ferramenta se torna a peça-chave no processo de nos tornarmos mais empáticos.

Pois bem, com a pandemia, uma das questões mais difundidas pelos gestores de gente foi a necessidade de termos lideranças mais empáticas com os seus liderados, frente às adversidades.

No início, acreditei que a pandemia fosse nos trazer, a fórceps, uma revisão de “valores” e acreditei também que teríamos uma evolução mais rápida na qualidade dos relacionamentos humanos e profissionais.

O que tenho visto nos fóruns e webinars é que se fala muito de empatia, muito blá blá blá…., teoria que não se aplica no mundo real.

Ao contrário do que os defensores da empatia apregoam, vejo líderes egocêntricos muito inseguros, olhando para seus umbigos e numa luta diária para não perderem suas posições, o que causa ansiedade e estresse, pelo despreparo para essas posições de liderança.

Assim, em vez de empatia estamos assistindo aos horrores de reuniões incessantes que avançam noite adentro, WhatsApps para serem respondidos depois da meia noite e muito pouco interesse nas condições do home office em que se encontram os liderados. Como se não bastasse, as viagens eram constantes, mesmo na época em que ainda não tínhamos iniciado o processo de vacinação no Brasil.  

Para realmente desenvolvermos líderes empáticos temos que desenvolver competências, mas, mais do que isso, temos que iniciar uma profunda reflexão sobre a questão do valor “respeito”, que, na verdade, se inicia com o autorrespeito. Se o indivíduo não tem respeito por si próprio, o que esperar em relação ao outro?

Entretanto, para aqueles que genuinamente se preocupam com o ser humano, surge uma grande janela de oportunidade, em que o líder pode desenvolver sua Inteligência Emocional, tornando-se um profissional diferenciado que, além de gerir e motivar melhor suas equipes, poderá trazer resultados mais significativos na empresa onde atua.

Emerson Ciocioroswki

Criador da marca Stressbreak® desenvolve programas sobre gerenciamento de estresse

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