O que realmente importa nos processos seletivos?

Posso afirmar, sem medo de errar, ser esta a pergunta do milhão.

O que deve ser dito? Como organizar ideias? Ser enfático sobre o que conheço? Falar sobre experiências vividas? Dar ênfase ao técnico ou ao comportamental? São questões críticas para garantir o bom desempenho nos processos seletivos, mas, via de regra, e em qualquer nível, é muito difícil nos depararmos com profissionais capazes de nos surpreender positivamente. Cabe ao entrevistador solicitar ao entrevistado para ampliar sua comunicação, trazer dados e fatos etc.

Não quero trazer aqui exemplos de profissionais fora do perfil e tampouco aqueles que se encaixam no perfil, mas com trajetória profissional pouco significativa. Reporto sobre aqueles com perfil pessoal adequado, empresas interessantes onde atuou, tempo de permanência bem adequado e formação e educação continuada respeitável. Enfim, aparentemente com tudo o que precisamos, mas na hora de mostrar consistência na entrevista, isto não acontece.

Os candidatos erram já na largada, pois, via de regra, não consideram alguns fatores básicos, tais como:

A. Ele está na entrevista para resolver os problemas do entrevistador e não os dele, candidato

B. O momento é para demonstrar QUAIS resultados ele atingiu e COMO ele chegou lá

C. Demonstrar como equilibra seu desenvolvimento profissional considerando hard e soft skill

D. Não se lembram de dados e fatos concretos para mostrar métricas do seu desempenho

E. Não estão preparados para fazer perguntas inteligentes ao entrevistador

F. Ter a inteligência de calar sobre sonhos pessoais e ou desejos futuros, fora do contexto do momento

G. Outros.

Desta forma, os entrevistadores, não é raro, precisam “se puxar” para melhorar seu grau de certeza de estar diante de alguém que é realmente interessante, mas não sabe como se mostrar. E também não incomum, que na hora de apresentar o candidato ao seu cliente é necessário “preparar o terreno” e criar no cliente uma expectativa positiva para a entrevista a ser realizada.

Por conta de fatos como estes, eu tenho feito das entrevistas, momento de feedback aos candidatos, mostrando em que, onde e como devem melhorar. Comento sobre os erros cometidos, mas claro com muito respeito. Sou franco e cuidadoso para que o momento seja de melhoria para uma nova entrevista.

Nosso propósito é sobre gostar de pessoas, portanto, preciso ser rigoroso no atendimento do perfil solicitado pelo nosso cliente, mas a experiência do candidato deve ser uma oportunidade de aprendizagem, e quem gosta de pessoas cuida delas para que, num novo momento da avaliação, seu desempenho seja superior.

Cassio Mattos

Sócio-diretor da RH MATTOS

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