A tecnologia trouxe consigo promessas de eficiência, automação e otimização, mas também levanta questões cruciais para as lideranças do setor .
Por Pedro Augusto Bueno*
O avanço tecnológico tem sido uma constante revolução em todos os setores da sociedade, e o departamento de Recursos Humanos não é exceção. A tecnologia chegou para o RH, trazendo consigo promessas de eficiência, automação e otimização. No entanto, para as lideranças deste setor, a questão crucial é: como garantir que essa introdução seja conduzida com equilíbrio? Como podemos valorizar o capital humano por meio da digitalização, levando em consideração aspectos culturais e estratégicos?
Complementaridade, não substituição
A digitalização no RH não visa substituir o toque humano, mas sim potencializá-lo. A tecnologia, quando empregada de maneira estratégica, pode eliminar tarefas repetitivas e burocráticas, liberando os profissionais para se dedicarem a funções mais estratégicas e intrinsecamente humanas, como desenvolvimento de lideranças, gestão de mudanças e fomento de uma cultura organizacional robusta.
A cultura organizacional é o coração de qualquer empresa. Assim, qualquer implementação tecnológica no RH deve ser meticulosamente planejada para não ofuscar essa cultura. É imperativo que os líderes do setor assegurem que a digitalização reflita e reforce os valores e missões da organização. Isso implica em uma avaliação criteriosa da cultura vigente e na escolha de ferramentas tecnológicas que aprimorem e solidifiquem esses valores.
Por exemplo, ao adotar um sistema digital de gerenciamento de desempenho, a ênfase não deve recair apenas sobre a mudança de procedimentos, mas sim em como essa ferramenta pode reforçar uma cultura de feedback contínuo e crescimento pessoal. Da mesma forma, a análise de dados do RH deve visar compreender tendências culturais e identificar áreas de melhoria, e não apenas produzir estatísticas descontextualizadas.
Digitalização com propósito
A incursão digital no RH deve ser ancorada em uma estratégia bem definida. Mais do que simplesmente aderir às novidades tecnológicas, é crucial estabelecer objetivos tangíveis e metas alcançáveis. Os líderes de RH devem estabelecer parcerias com outros setores da empresa para discernir onde a tecnologia pode ser mais benéfica.
Essa abordagem estratégica também exige que a equipe esteja capacitada para manusear e interpretar ferramentas e dados digitais. Investir em formação e atualização constante é vital para que a transição digital seja bem-sucedida.
Em resumo, o RH contemporâneo é, cada vez mais, sobre harmonizar o digital e o humano. A tecnologia, quando utilizada de forma perspicaz, pode ser uma parceira valiosa na busca por excelência. Cabe aos líderes do setor garantirem que essa transição ocorra respeitando a cultura organizacional e com uma visão estratégica bem delineada.
Quando humano e digital convergem em harmonia, não apenas o setor de Recursos Humanos, como outros ramos das empresas, pode alcançar patamares de eficiência e satisfação dos colaboradores anteriormente inalcançáveis. Assim, a tecnologia é menos uma ameaça e mais uma oportunidade de potencializar o capital humano e alavancar o sucesso organizacional.
*Pedro Augusto Bueno é Diretor Executivo de Gente e Gestão na Comm. O executivo possui mais de 15 anos de experiência no setor de Recursos Humanos, com forte liderança em processos de transformação cultural, reestruturação, aquisição, IPO e startup.
Sobre a Comm
Há mais de 20 anos no mercado, a Comm é a maior e mais sólida rede de lojas de produtos de telecomunicações, com pontos de vendas distribuídos nos principais shoppings de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Revendedora autorizada da Vivo, com produtos para internet e telefonia, a empresa conta com mais de 170 lojas próprias pelo Brasil. Além disso, a AXT é uma empresa do Grupo Comm.