Contaremos aqui a história da Salma Bakhit, diretora médica na MSD. Salma tem 53 anos e tinha o desejo de ser mãe, porém a carreira sempre foi prioridade. A executiva tinha o plano de ter um filho biológico e um adotado e a adoção seria de uma criança mais nova (3-5 anos), mas durante o processo conheceu Paloma, adolescente de 15 anos com uma história de rejeição.
Na época, a MSD, empresa que ela trabalha há anos, instituiu para todos os colaboradores o projeto “Adoção”, benefício com o apoio pscicológico e jurídico aos funcionários adotantes, além de um auxílio no valor de R＄ 15 mil*.
Salma se informou por meio de ONGs sobre a adoção, entendendo todos os processos da maternidade. A ONG tinha muita diversidade de crianças e mães/pais. O sistema de adoção funciona como uma pirâmide invertida: pequenos até quatro anos são mais requisitados do que os adolescentes. E as ONGs divulgam as maiores, abrindo mais portas no sistema.
No app há vídeos e fotos das crianças. Salma foi habilitada no aplicativo em novembro de 2018, após muito tempo avaliando as histórias, possibilidades e sofrendo com a burocracias. Só em novembro de 2019 deu “match” com a Paloma, sua filha, na época tinha 15 anos e morava em Londrina.
Salma foi ao Paraná conhecer o ação e a Paloma, que já passou por dois processos de devolução e tinha características de timidez e traumas. Na época, início da pandemia, o relacionamento entre ela e a menina passou a ser de forma virtual. Então, em outubro de 2020, a juíza liberou a adolescente para vir até São Paulo e morar com Salma, assim a aproximação entre as duas seria mais intensa, criando laços afetivos.
“Foi um processo de paciência, desafios e aprendizados para nós duas. Eu tive que me acostumar a viver com uma outra pessoa na casa, a ser carinhosa e participativa e, ao mesmo tempo, ter pulso firme para conduzir a criação de um filho adolescente cheio de traumas e inseguranças provocadas pelas mudanças de cidade e de escola, esta, agora, no formato virtual ”, explica Salma.
“A MSD me acolheu com o projeto adoção. Teve um grande trabalho de apoio com a licença maternidade, a empatia do meu gestor e de toda a equipe, além da ajuda de custo que cobriu as despesas de transporte, custas judiciais, saúde da Paloma até poder ser inserida como dependente no meu plano de saúde. Mas o destaque foi todo o suporte psicológico da companhia comigo”, ressalta.
A guarda definitiva ocorreu no fim de dezembro/2021, semanas antes do aniversário de 18 anos da Paloma, em 01/01. A certidão de nascimento chegou no fim de março 2022.
*Projeto Adoção: benefício no valor de R＄ 15 mil para mães ou pais (hetero ou homoafetivo) que adotarem crianças. O incentivo cobre despesas jurídicas, custas judiciais, viagens por conta do processo de adoção, despesas com saúde do menor (até a inclusão no plano de saúde) e etc. Dois colaboradores foram beneficiados. Um deles, uma gerente médica, adotou uma adolescente que um mês antes de completar 18 anos recebeu a guarda definitiva da filha.